segunda-feira, 6 de julho de 2009

Reciprocidade inegável

Um amor era o que eu não tinha. Na verdade sofrer era o melhor sinônimo para ele. E você não pode acreditar que tudo de repente mudou, da noite para o dia...

- OK, Sr. Tomas na próxima semana continuaremos com nossa conversa.
- E o que faço até lá?
- Bem, continue tomando seus antidepressivos e não chegue perto da sua ex.

Tomas faz parte da classe de seres chamada "amantes". Convenhamos que o amor tem um lado bom, embora você rapidamente esquecerá qual é ao deixar de amar.

E nossa historia não acaba aqui, vejo vocês em breve.

domingo, 31 de maio de 2009

Essa podteee.

"Eu vou é comer. Porque se morrer eu morro de barriga cheia". Pois é né. Morrer de barriga cheia tem algum mérito. Mas se eu não morrer e aquela gordurinha trans me perseguir por 20 anos ainda? Socorro a academias, dietas da lua, das estrelas ou de qualquer cometa que me prometa entrar naquela calça.

No Brasil, o sobrepeso afeta cerca de 40% dos homens e mulheres. Mas isso inclui aqueles que dizem possuir o "calo sexual" ou apenas a barriguinha de chopp?
Acho que sim, viu.

Eu vou ligar para todos os produtos que prometem emagrecer: "emagreça dormindo, pergunte-me como". Será, será?
God bless a fofurinha boa de apertar, aquela "carrrne". "Uma mulher que enche uma cama" vale mais do que duas herbívoras chatas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Meio metro de acorda

Eu chuto que ele tivesse por volta dos 14 anos. Na cabeça eu quero chamá-lo de Pedro. E dessa forma, talvez, consiga trazer para vocês uma idéia de que em seu rosto não havia expressão de sofrimento. Da pedra ele havia ganhado a aridez, dessa vez, não proveniente do sol invariável das 14h. Nosso Pedro descansava sua carroça de recicláveis, ainda vazia. O sinal fechado fazia dele fácil figura de constatação no cruzamento de grande circulação.

Eu podia vê-lo.

O protagonista ajeita sua calça amarrada com barbante. Pronto,o nó está justo. Dobra o cós da calça suja e o sinal abre.

Não podia deixar de notá-lo.

Sem julgamentos de valores eu ia confortavelmente no mini-clima do carro seguindo para mais uma aula do meu segundo idioma. A consciência do sofrimento alheio deveria ser maior do que o próprio? Seguimos rejeitando as balas de café oferecidas. E cenas de filmes como essa ainda tiram o sono de alguns.

Não o meu, claro.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ressaca de mares fechados

Todo sentimento pertence somente a nós,
um interno mundo maior em complexidade.
Importa pouco a dor que me cause amar,
o fatalismo neutraliza o restante de tino .

Não me julgues insensível por pensar:
amando nós somos menos envolventes.
Já nem pergunto por que me queres,
seca minha caneta se estou sorrindo.

Egoísta como o desejo de ser feliz,
tenho o meu mundo sem reciprocidade.
Anuncio revoadas de bolhas de sabão.

Tentando querer menos para mais amar,
remoldo meu conceito de entrega
no sem compromisso com a satisfação.

Antonyus Pyetro

11/03/09

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O amor pelos pouco amados

Eu já havia prometido não cegar novamente,
é isso, vinho seco e nenhuma nova amargura.
O seu sexo já cora a pele do meu rosto
e seja otimista, ainda me deito contigo.

Os estranhos vizinhos dormem sob confiança,
nos tetos de terceiros, abrigo uns sonhos.
Me acordo pela manhã e não te reconheço,
alguma familiaridade muito me desagrada.

Sentado no corredor, olhando as paredes
percebo que não me és sempre verdadeiro,
nenhum sofrimento dedico por saber disso.

No ônibus evito a cadeira da janela.
Afastando-me dos ventos quentes da rua,
ainda ganho companhia alguma na viagem.

Antonyus Pyetro

06/02/09