sexta-feira, 26 de setembro de 2008

De minhas árvores desfolhadas

O que tento roubar das pessoas quando as olho
tem motivação voyeurista elevando-me a espectador.
De um "faz trinta anos desde esse dia..."
acolho se me passas algumas das tuas nostalgias.

Espero neste banco alguns estranhos receber
olhar em ti o que fostes de mais particular.
Todo o canal de seu corpo a seu coração
rasgou as palavras, impugnou as paixões.

Naquela de não surpreender mais o homens
faria de uma inédita expressão de prazer
essa orgia sem fronteiras de sentimentos.

Reúno vinte e poucos meses de consumo d'água
numa inútil consciência de ter feito o possível,
de intoleráveis desprezos que eu mesmo nutria.

Antonyus Pyetro

17/09/08

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Nos vôos próximos a janelas

Em dias de versos persistentes,
afeiçoa-se em poesias exasperadas
uma expressão de clamor partida do meio.

Dizeres frívolos não respaldam o quanto te amam,
realize seu sabor com mais toques, mais olhares.

Como o primeiro ardor trazido sem heranças
eu quero amanhecer com meia dúzia de borboletas
e escurecer a certeza de todo fim que se aproxima.

Quem não merece lembrança, esqueceu se fazer notado.
Ignoro-os mais um pouco e em nada me pesa a vida.

Mas se rejeitado, refino a matéria pouca de que sou feito,
respiro menos ar e menos lágrimas prometo espalhar.

Antonyus Pyetro

26/08/08