segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dessa luz a me esquecer sombreado

Devemos ser mais encantadores quando não o queremos.
Nesse sentido, olharei de soslaio para o destino,
apenas me contentarei com os demais adultérios.

Aquilo fora do meu universo não deve me persuadir,
assim me protege a cosmologia de todos meus atos.

Ultimamente sem tratar as coisas com muitos rodeios,
acostumo a acontecer cada quinze minutos por vez.

Numa espécie de autismo controlado pela inoperância,
sinto a magia em sorver a luz - o amanhecer aos insones.

Das angústias, algumas reservo a redesenhar o passado:
interrogações de esgrima por demais ter me esquivado.

Antonyus Pyetro

28/07/08

terça-feira, 8 de julho de 2008

Onde tento explicar se respiro

Estimo nas quedas a naturalidade dos sorrisos.
Igual a insistir em perceber que respiro,
me é estranho como me inspiras desse jeito.

O que me dói é a falta de ofuscamento pela vida
e toda essa dor carece de muito mais palavras.
Quem chora arrasta os olhos na terra molhada.

sim, eu passei todas três semanas em tua casa,
hoje cara de "estou farto. me traga a conta".
Mas a mesma chuva não encobre os dois amantes,
meus tufões deixaram inertes os teus ciprestes.

Tento amar como ando de bicicleta pela vida,
pois se esqueço qual pé ou a direção que sigo
tenho toda imensidão aprazível a me encantar.

Que dizer se meus dados não mais valem na mesa.
Vou-me embora com meio drink, meio vista turva
e umas sementes que guardei pros pássaros.



Antonyus Pyetro

07/07/08